A Identidade construída, objetivamente, é o modo de ser e de aparecer socialmente das profissões. Isto é, como a profissão se mostra para sociedade, através do seu agir profissional, das respostas que a categoria dá as demandas que nos surgem diferentes momentos históricos. Deste movimento, resultará o reconhecimento profissional e social, gerando uma maior profissionalização. Pois a profissão tendo uma maior visibilidade, no seu agir profissional, resultará em instituições que investirão na qualificação desta profissão. Esta profissionalização possibilitará a interlocução com as demais áreas, qualificando o trabalho interdisciplinar, onde o maior beneficiado será o usuário. A categoria realizando uma prática com autonomia terá uma maior harmonia entre a forma de ser e a forma de aparecer da profissão.
No contra fluxo, temos a identidade atribuída, esta é a identidade que ocorre dos circuitos externos às profissões, distanciada do processo histórico, esvaziada de substancialidade política. Esta identidade produz uma categoria subalternizada, que não possui o reconhecimento profissional e social, com isso há uma fragilização da ação profissional, gerando profissionais despolitizados que se submetem a outras profissões. Gerando uma indeterminação quanto à posição da profissão na divisão social do trabalho, tendo por conseqüência a ausência de visibilidade. As práticas dos profissionais passam a se de pequeno alcance, dissociadas da realidade social. Portanto gerando uma categoria profissional subalternizada, incapaz de expressar o modo de ser da profissão.
“Há uma profunda interação entre as identidades construídas e atribuídas, pois nas identidades profissionais não são dadas, mas sim construídas em um complexo jogo de forças sociais, no contexto de nossa existência humana, mediada pelo universo do trabalho e da cultura. Os processos de construção/reconstrução de identidade, como processos de identificação em curso, se dão no meio a relações antagônicas, em meio a relações de poder que atravessam a sociedade e que se explicitam nas práticas profissionais que realizamos. Tais práticas movimentam saberes, saberes estes que não tem apenas nexos lógicos, mas também políticos, instituindo-se “como arma contra o poder, como possibilidade concreta de subsidiar processos de construção de identidades.” (Matinelli, 2007)
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